quarta-feira, 25 de abril de 2012

       
          Ampola de temperamento


             A cada palavra segurava-se na cadeira tentando manter a calma, dando irrelevância ao que eles diziam e ao mesmo tempo tendo que fingir estar escutando aquilo, como quem concorda com todo o resto. Mas (ela) estaria chegando para que pudesse escapar daquele lugar idiota. Ah... poucas vezes tivera tantos momentos tão afetivos como os de agora, e...
-E você, também acha caro? - Perguntava-lhe uma voz familiar, que passara despercebida até aquele momento. Ou será que era ele quem ficara distraído demais? Teria que ter uma boa resposta, porque até agora não havia dado pistas de sua distração momentânea.
-Desculpe, acho que não estou muito bem... se não fosse falta de educação, poderia dirigir-me ao banheiro, se houver um por aqui? - Respondeu, temendo que desconfiassem , o que, para seu alívio, não aconteceu.
-Olha, está vendo aquela sala? Entre nela e você vai ver um corredor. Siga-o e entre à segunda porta a sua esquerda, a menos que queira entrar no banheiro das meninas. - disse ela, num tom quase grosseiro. Para ele, ao mesmo tempo perturbador e caótico. Aliás, tudo que saísse da boca daquelas criaturas seria, no mínimo, irritante. 

terça-feira, 10 de abril de 2012

               Não é que seja fraco. É que existem coisas para cada lugar do universo.
O MENESTREL

(Não fui eu quem escreveu isto)
Um dia você aprende que... 

Depois de algum tempo você aprende a diferença, 
a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. 

E você aprende que amar não significa apoiar-se, 
e que companhia nem sempre significa segurança. 

E começa a aprender que beijos não são contratos
e presentes não são promessas. 

E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida
e olhos adiante, com a graça de um adulto
e não com a tristeza de uma criança. 

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, 
porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, 
e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. 

Depois de um tempo você aprende que o sol queima
se ficar exposto por muito tempo. •.
E aprende que não importa o quanto você se importe, 
algumas pessoas simplesmente não se importam... 

E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, 
ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. 

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. 

Descobre que se leva anos para se construir confiança
e apenas segundos para destruí-la,
e que você pode fazer coisas em um instante,
das quais se arrependerá pelo resto da vida. 

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer
mesmo a longas distâncias. 

E o que importa não é o que você tem na vida,
mas quem você é na vida. 

E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. 
Aprende que não temos que mudar de amigos
se compreendemos que os amigos mudam, 
percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, 
ou nada, e terem bons momentos juntos. 

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida 
são tomadas de você muito depressa, 
por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos
com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. 

Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, 
mas nós somos responsáveis por nós mesmos. 

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros,
mas com o melhor que você mesmo pode ser. 

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, 
e que o tempo é curto. 

Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo,
mas se você não sabe para onde está indo,
qualquer lugar serve. 

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, 
e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, 
pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, 
sempre existem dois lados. 

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, 
enfrentando as conseqüências. 

Aprende que paciência requer muita prática. 

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute 
quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. 

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência 
que se teve e o que você aprendeu com elas
do que com quantos aniversários você celebrou. 

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. 

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, 
poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia
se ela acreditasse nisso. 

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, 
mas isso não lhe dá o direito de ser cruel. 

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer 
que ame, não significa que esse alguém não o ama, 
pois existem pessoas que nos amam, 
mas simplesmente não sabem como demonstrar isso. 

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, 
algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. 

Aprende que com a mesma severidade com que julga, 
você será em algum momento condenado. 

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, 
o mundo não pára para que você o conserte. 

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. 

Portanto,plante seu jardim e decore sua alma,
ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. 

E você aprende que realmente pode suportar... 
que realmente é forte, e que pode ir muito mais
longe depois de pensar que não se pode mais. 

E que realmente a vida tem valor
e que você tem valor diante da vida! 

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem
que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar. 




         

quinta-feira, 5 de abril de 2012

              Aprendi a gostar desta música pelo trecho de O Primo Basílio, um romance português de Eça de Queirós. Aí está:






Música antiga, não?

quarta-feira, 4 de abril de 2012

            Daqui a um dia e algumas horas será oficialmente o meu décimo sétimo ano de vida completos. Sabe o que me agrada nisso? Eu gosto dessa idade. Sabe o que não me agrada? Nem eu.
            O fato não é a idade, é o meu estado de espírito.

          ...Alguns anos atrás em algum lugar perdido do espaço...

            Hei mãe, já estamos em Abril? Ainda não, falta muito? Trinta? Trinta dias são muitos? Passa rápido? Não, mãe, passa devagar, vai demorar muito ainda...
            Me apoiava no armário para enxergar mais alto e riscava um quadradinho. Ao todo, eram quatro em horizontal e cinco na vertical, o que significava faltar ainda mais 19 dias. Esses foram um dos poucos momentos da minha infância em que a matemática esteve presente como uma coisa satisfatória, mas ela estava lá, ao menos. E então, dois quadradinhos antes do grande dia, eu já estava praticamente surtando de emoção. Confirmem com a Débora, que me conheceu na 5ª série.

             Daí os quadradinhos foram acabando de vez, nas folhas e na mente. E de quadradinhos só sobrou os cubos com seus a^3 etc,etc,etc.
           ...E até que eu gosto, sabe?

          "Algumas pessoas não deveriam pensar sobre determinados assuntos. Isto poderia ser uma premissa para uma futura mutação, quem sabe seleção natural."


            Mas, sabe, eu acabei pensando.

            Pensei o porquê de as pessoas ficarem não tão felizes com o aniversário ao ponto de não festejarem. Como?  E tentei ver o mundo pelo ponto delas.
             A operação foi um sucesso. Eu consegui e as compreendi perfeitamente. Só tem uma coisa: eu não sabia onde eu iria chegar com isso, que significou a origem do final dos quadradinhos. O ponto inicial. O Big-bang. A origem do mal. UMA SALADA MISTA.



             Depois de ler isso você me pergunta: e daí, o que você quis dizer com esta história?
             Eu quis dizer que o armário mudou, as folhas sumiram e os quadradinhos da folha saíram de lá, se materializaram em tudo que vejo, que penso e que escrevo. Aqui estão os quadradinhos, podem ver? Mas relaxa. Se nunca houve quadradinhos em sua vida em uma folha de papel A4 em que para riscá-los você precisava se apoiar num guarda roupas, não é o fim do mundo. Com certeza houveram outras coisas, você só nunca encarou-as desta forma. Pense no cachorro, na pedra, no anel mágico que você perdeu (aliás, eu perdi um mesmo), na esquina que não sai da sua mente por algum motivo desconhecido. Um cheiro, uma cor, um ruído, uma textura. Um sonho. Uma esquina.

           Certas coisas exigem idade pra você falar com autoridade, mas até la, ainda há muitos quadradinhos para serem riscados.