Anteriormente ao Barroco, as ideias da idade conhecida como "das Trevas" inibiam a produção artística e cultural. Entretanto, com o advento do Renascimento, emergia um grupo conhecido como burguesia, tendo acumulado capital por meio do comércio com o Oriente. Tal capital propiciou o financiamento, por parte da igreja, de obras artística. Nesse período, então, ideias greco-romanas passam a ser valorizadas, e aspectos como o antropocentrismo, hedonismo, além do desenvolvimento das ciências moldam um novo cenário: chama-se a tal mudança a transição da época da Idade Média à Idade Moderna. Tem-se pinturas famosíssimas, como a pintura "A Criação de Adão", de Michelangelo. Observa-se a preocupação com a anatomia humana, a proximidade da figura de Deus com a dos homens, etc.
Após esse período, presencia-se eventos como a divisão da igreja católica, a partir das 95 teses criadas por Martinho Lutero. Daí há a contra-reforma, com a criação do Index, retomada da Santa Inquisição, criação da Companhia de Jesus, etc.
Na Literatura, o Barroco vem como uma corrente artística que expressa a confusão do homem frente a duas visões de mundo completamente distintas: o de viver a vida, gozando dos prazeres mundanos, uma vez que ela é efêmera, ou seguir uma ordem cristã, uma vez que não se tinha a certeza do que viria após a morte. Isso porque a presença cristã era forte e consistente na vida das pessoas.
Essa angústia é presenciada nos poemas sob constantes metáforas sobre a vida envolvendo questões existenciais. A leitura é difícil, uma vez que tais poemas eram redigidos sem a intensão de atingir camadas populares porque, bem, mesmo se tivesse, a população não era alfabetizada. Aí vai um exemplo de poema barroco:
Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,
Em cuja lei protesto de viver,
Em cuja santa lei hei de morrer,
Animoso, constante, firme e inteiro:
Neste lance, por ser o derradeiro,
Pois vejo a minha vida anoitecer;
É, meu Jesus, a hora de se ver
A brandura de um Pai, manso Cordeiro.
Mui grande é o vosso amor e o meu delito;
Porém pode ter fim todo o pecar,
E não o vosso amor que é infinito.
Esta razão me obriga a confiar,
Que, por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar.
Ele é de Gregório de Matos, a principal expressão do estilo Barroco por aqui. Nota-se o conflito entre aproveitar a vida e viver de forma santa. No final do poema, Gregório de Matos dá uma de espertinho.
Nos filmes e nas pinturas, o estilo Barroco assume cores contrastantes, com a presença do claro e do escuro. Na arquitetura, o Barroco também tem uma caracterização, mas dessa eu não lembro.
Após, vem o Arcadismo. De mais fácil leitura, remonta ao estilo de vida bucólico, em contato direto com a natureza. Esse estilo surgiu, uma vez que, na Europa, com a Revolução Industrial, a poluição e o contraste com o que era e com o que passou a ser, (imagina?), maquinaria, operariado, mudança da forma de exploração da mão de obra... geraram um impacto muito grande na sociedade, e é justamente isso que o Arcadismo mostra. O eu lírico é quase sempre um camponês, um pastor, não havendo presença forte do sentimentalismo; ele é racional e descreve circunstâncias de maneira contida. Na poesia há bastante hipérbato, isto é, inversão de termos. Depois eu explico o porquê. É que tenho que pegar o caderno.