domingo, 26 de outubro de 2014

Sobre hoje, 26/10/2014

           Senpre que eu me sinto mal, estressada, com vontade de esfriar a cabeça..., recorro ao meu celular. Ligo-o e me desligo do resto em volta. Rio sozinha, deslizo os dedos sobre a tela, revejo pessoas queridas, falo com algumas, mas procuro não me pronunciar muito com ninguém, pois a possibilidade de eu ter que ficar à mercê de uma resposta qualquer da outra parte, caso ela peça pra que eu a espere para que vá escovar os dentes, se ela simplesmente some após eu ter feito uma pergunta,  etc, são exemplos daquilo que eu julgo como perda de tempo. De fato, não é agradável ficar à frente de uma tela esperando, sem garantias de que o outro indivíduo leu a sua msg, uma resposta da outra parte. Diferentemente, numa conversa sem qualquer tipo de tecnologia intermediando-a, o intervalo de tempo entre as perguntas e respostas são bem menores e eles não são perdidos, mas vivenciados, vividos, degustados, aproveitados. O vento que passa, o calor que pinga, o Sol que bate, a gargalhada compartilhada e os pingos de saliva a que temos que nos desviar. O cheiro do perfume, as mãos suadas, a obrigação de ter que aturar o outro sem poder dizer que a bateria acabara, e desligar a fala, abaixar o volume da voz, volocar no silencioso. Ao contrário: a voz grita, vibra , cala e fala ao mesmo tempo.

            Acho que ficamos mais inflexíveis. Tudo tão definido, premeditado, organizado, mesquinho. Somos treinados para ter medo da opinião alheia, para seguirmos regras, para nos adequarmos, para fazermos juz à nossa educação que aliena mais do que constrói. Somos obrigados a nos padronizar, seguir um fruxo unidirecional e dito racional, como se apenas pelo fato de estarmos vivendo numa época capitalista a ganància, o egoísmo, a corrupção, a indiferença, o desconsolo  fossem justificáveis. Não penso que são.

           Ultimamente, principalmente  por causa das eleições que passaram, tenho clara a ideia de que para vivermos bem precisamos  adotar uma ideologia, caso contrário, estaremos sujeitos a corrrentes de opinião tão opostas como persuasivas.  Não somos fruto do meio se não quiser os, mas isso exige sacrifícios e a tal da ideologia. Reconhecer que x é melhor do que y sob tais aspectos mas que, ainda assim, você vai sair perdendo,  requer de você uma maturidade de senso crítico e sabedoria para optar por um ou outro na hora de votar. E reconheço que questões como eleger  o melhor candidato são tão subjetivas como geram divergências de opiniões que não se encontrarão, pois os pontos de vista são completamente diferentes. Nunca tinha visto o povo discutir tanto de política como neste ano, seja na van, nas redes sociais, no ônibus, nas ruas, nas escolas. Isto me impressionou bastante, mas não fiquei muito feliz por isso, nem mesmo triste, porque nenhum dos governos atuais satisfaz os meus anseios.

          No fim, apesar de tudo, apesar de você, apesar da TV, das informações, dos debates, continua ruim. Para alguns, menos ruim. Que bom.