quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Parem de falar que a vida é muito curta!
Curta é a vida que quem não conseguiu sair do útero
Que teve sua formação embrionária interrompida
De quem atravessava a rua e acordou em um leito
De quem foi interrompido bruscamente

A ambição do ser humano é infinita
Por isso os dias não são suficientes
As horas passam muito depressa
Mas o tempo é dono de si
E ele é quem dita o ritmo da melodia

A atualidade força as pessoas
A irem além das suas possibilidades
A pegar trem e viajar distâncias
Entrecortadas pela saudade
E pelas diversas lembranças

"Aquela estação está marcada
Pelo primeiro beijo, meu e dele!
Naquela ali, fui assaltada!
Nesta eu conversei com um estrangeiro!
Mas em todo o percurso, todos os dias
Ficava um misto de prazer e agonia"

O trem vai para onde? Para a saudade
Saúdam o pobre, o louco, o faminto
O rico, o cansado, o esbelto
Para todas as direções o trem vai
Só não sei em que estação fico

Não sei o preço da passagem
Meu medo é meu melhor amigo
Não olhe para os lados, feche os olhos
Não conheço você, indivíduo!

Ambição é estar bem consigo
Em todas as estações, em todas as dúvidas
Apesar disso, continuar embarcado
É com você, seu maior compromisso.

Se não aceitar, seguindo o caminho
Como vou ser feliz neste estilo?
Felicidade está na constância
No brilho do Sol, em cada sorriso

Felicidade está nos intervalos
Nas refeições, nos fins de semana
No inesperado, na saída do plantão
Em horário de verão com o Sol em rima

Todas as estações merecem destaque
Todos os intervalos são muito bem vindos
As lembranças preenchem a alma 
A gana e resiliência, o espírito