segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Sem tempo

Reservo um minuto pra escrever bobagens.
Não que eu deva.
Por isso um minuto, você não merece mais que isso - nem isso, na verdade!
Mas, saudades!
Da sua mão em minha nuca, do seu beijo doce, do seu olhar calmo e investigador. Das suas teorias e observações aleatórias sobre meu comportamento.
Do seu senso de humor parecido com o meu.
Das trocas de palavras mostrando que somos inteligentes mesmo.
Das DRs prematuras e que não levaram a nada.
Do seu jeito, por vezes, jovem, despretensioso
Quando estava distraído
Do seu abraço.
Da sua pegada
Dos beijos no shopping
De você me esperando ir embora pra ir embora também
De como me tratava quando estávamos bem
Mas é só isso mesmo
Porque acabou o seu tempo
Faz semanas. 

Balança Negativa

Esse sentimento foi inaugurado há algumas semanas, quem sabe um mês agora, dentro de mim. É novo, chato, incômodo, bem inconveniente. Sabe aquele amigo que aparece e fala nas horas erradas? Justamente.
Saudade.
Venho lendo tantos posts no Instagram sobre como evitar, ignorar, bloquear, esquecer definitivamente (ou até que não exista sentimentos? Seria possível?) o ex namorado. Alguns têm me ajudado, porém nenhum foi capaz de me convencer sobre apagar e me deletar definitivamente da existência dele.
As conversas já cessaram, abruptamente. Observei que nem sempre tentar chegar a uma conclusão lógica é suficiente. Possivelmente palavras bem ditas e orientadas não sejam páreas para a profundidade e complexidade de um relacionamento. Tentamos nos entender, em vão.
Em suma, apertar as mãos, combinar de não mais nos vermos e cada um seguir sua vida, ainda nos falando como bons amigos, seria uma boa proposta - para um filme, um romance, um livro.
Na vida real, ou seja, na minha vida real, isso não rolou.
Tentativas frustradas de fazer duas peças diferentes se encaixarem. Duas criações bem diferentes. Duas histórias que se cruzaram a partir de um aplicativo, com um super like e uma conversa e algumas chamadas de vídeo que me convenceram a encontrá-lo pessoalmente.
Alguns pontos positivos, alguns pontos um pouco indefinidos. Duas pessoas estudiosas. Idades parecidas. Bom gosto para perfumes. Porém mentalidades diferentes.
Aprendi que temos que saber até onde estamos dispostos a abrir mão de quem somos em prol de um relacionamento.
Aprendi que pode-se sofrer muito, principalmente se a pessoa não souber se valorizar e, mais que isso, o valor que tem.
Aprendi que é arriscado, em vários aspectos, adentrar em um relacionamento por algum aplicativo, uma vez que a outra pessoa não tem referências sobre quem você é e sobre a sua história (e vice-versa).
Aprendi que somos donos da nossa própria história e é fácil mudar de caminho e se atrapalhar bastante, perdendo o foco nos estudos (por exemplo). Logo, não abrace uma situação que, provavelmente, você não vai dar conta. Se estiver com problemas em sua vida pessoal, peça ajuda, não tente soluções por outros meios. A chance de se enrolar é grande, virando uma bola de neve maior ainda a cada dia. Aprenda que ser fraco é condição natural do ser humano, e temos direito a sermos, de vez em quando. É preciso humildade pra pedir ajuda.
Às vezes, para encontrarmos alguém ideal, precisamos nos encontrar antes - ou ficarmos menos perdidos, pra sabermos o que queremos, e evitar grandes dores de cabeça.
Não foi tempo perdido.
A saudade continua. Latente, aqui dentro.
Às vezes dou a mão a ela. Hoje, há pouco, ela me deu uma rasteira, fiquei com um nervoso grande e tive até diarreia.
Sentimento é uma coisa engraçada, mesmo!
Fico pensando... terminou assim, do nada. Pois não tinha como ser de outro jeito. Não adiantava conversar. Estava claro que não iria dar certo, ambos sabíamos. Porém, ambos não queríamos admitir. Existia química, conversa. Mas não sabíamos se tinha um futuro, talvez por alguns anos, não muito mais que isso, e em que condições?
A incerteza faz parte dos relacionamentos.
Porém, quando ela é maior do que a certeza de que tudo vai ficar bem,
AH.......
A balança começa a ficar negativa.

Nada

Adriana Calcanhoto deveria reformular a música "Devolva-me", perfeita para antigamente - (para antigamente).
Felizmente, tenho talvez as palavras necessárias e a experiência vivida necessárias para dar legitimidade e poesia a um "Devolva-me" atualizado e moderninho.

Delete os meus e-mails e
Não envie mais mensagens
Assim será melhor, meu bem!
As fotos que eu enviei
Se ainda tens, não sei
Mas se tiver, apague-as!
Evite minhas redes sociais
Que eu evitarei as suas também
Ainda deve ter a mesma rotina
Mas evito sentir falta dos seus "bons dias"

Delete os meus e-mails e
Prometo não te procurar mais
Assim será melhor, meu bem!
As fotos com você, deletei
Mesmo hesitante; solucei
Sem te olhar, já não há nada
Não há nada
Não há
Nada.

Apesar de ser um "Devolva-me" atualizado e "moderninho", anseio que o sofrimento, meu bem, seja exatamente o mesmo de antigamente.