domingo, 8 de novembro de 2015

Sobre depressão

Estou quase acabando o tratamento de depressão. Tenho alguns obstáculos que me atrapalham a dar cem por cento de mim. Por exemplo: eu não gosto de começar e não acabar um texto que eu estou lendo. Não é como se vc estivesse lendo e no meio falasse: nossa. Que texto bosta, estou de saco cheio, isso só fala merda. Não, é difícil fazer esses julgamentos de modo que eu leio até o final e fico lendo vários outros assuntos que aparecem nos links relacionados. Priorizar é difícil. Também minha noção de tempo, já que eu protelo coisas importantes (pq tenho dificuldade em fazer mentalmente uma lista de priorização), é diferente, pois eu vejo lá na frente. Pex., tenho uma prova de Farmacologia mês que vem. Considerando q hj é dia nove ainda, dá pra estudar bastante ainda. Mas eu vejo que muitas horas vou " perder" na faculdade ou indo e vindo, então eu já fico antecedendo a correria que será pra estudar depois. Fico me sentindo presa ao padrão comum, impedida de fazer o que eu sou e faria, por fugir das convensões. Puxar saco de professor, conversar com o gostosão da turma, abraçar seu amigo porque tá carente mas só pra tirar casquinha independente dos olhares alheios. Abraçar a amiga sem perceber que ela se sente um pouco incomodada com isso. Essas coisas eu não consigo fazer direito. Está no automático: seguir os outros. Puxar conversa também é difícil, saber o que o outro espera das minhas atitudes também, ou prever a reação do outro e adequar minha reação posterior à que ainda vou fazer pra dar sequência ao diálogo. Tudo isso faz um bolo de neve que pressiona meu cognitivo e na hora de raciocinar uma questão mais elaborada que espera do aluno um raciocínio além da matéria em si, mas uma logicidade, eu não funciono direito. Até porque desde o momento que eu estudo Farmaco eu já estou pressionada. Na hora que eu deixo de dormir cedo pra ficar aqui no blog escrevendo, eu fico pressionada, e eu n sei até onde isso é errado. Eu não sei até onde eu estou me prejudicando com isso. Porque eu nao quero dormir e acordar e nao ter feito o que eu queria. Nao ter explicado o que eu sinto. Não ter resolvido meus problemas. O problema são os outros, mas não somente eles. O problema também sou eu. E esse é o problema. Cada um tem o seu. :/

quinta-feira, 30 de abril de 2015

É só uma fase.

Será que tudo o que eu penso realmente existiu? E eu me pergunto tanto, porque parece que foi tudo um sonho. Um sonho mesmo, porque não aconteceu. Eu não fiz o que era pra ter feito - e nem você. Isso tudo porque eu já não tenho você, e eu penso em você porque você já não é meu como chegou a quase ser no outro dia. O fato é que eu estava muito confusa, muito. Então as coisas somente aconteceram.

Mas eu quero deixar claro, agora que já passou mesmo, algumas coisas que você não sabe a meu respeito. Você gosta de dançar? Eu não sei se gosta, mas você gosta de música, e também gosta de cantar. Então quem sabe formaríamos a dupla perfeita, porque eu amo dançar. E eu estou aprendendo a tocar violão, e eu precisava de mais um para fazer uma dupla. Há tantos por aí para somar, mas eu queria você. Confesso que eu fazia um pouco de charme, mas essas coisas fazem parte. Se você não sabe brincar, o problema não é meu. Não nesse sentido.
E naquela festa, eu senti fata de um par, porque eu queria muito dançar aquela música contigo. Eu confesso que fui tentar dançar outra dança, mas não soou bem, os passos não encaixavam, a música perdeu o brilho. E eu desisti de procurar, e fui dançar sozinha.
E eu danço muito bem. E eu imito as outras pessoas dançando. Chaga a ser engraçado, não é? Mas muitas das danças eu só faço longe dessa multidão porque tem muita gente, tem bem mais do que eu gostaria.
E eu tinha falado que os seus olhos iluminam por onde você passa? Isso não era mentira, eles continuam iluminando. Quem sabe eu nem gostava tanto assim de você, quem sabe era só a companhia que me fazia bem e eu tirava proveito disso. Mas não é isso que as pessoas que se gostam fazem? Compartilham a boa companhia?  Mesmo que não seja, os seus olhos falam muito mais do que qualquer palavra. Não precisava falar.
E eu tenho a mania de pensar que os outros esquecem, e eu penso que os meus breves desabafos quando ainda mal nos conhecíamos, você nem lembra mais. Mas talvez você lembre. E talvez você saiba o quanto eu lutei para me aproximar.Foi uma luta, e eu consegui, mas não posso culpar-te por ter se afastado. Todo mundo tem um limite, e eu não posso te idealizar - você também tem os teus desejos e, uma vez que sou apenas uma amiga, uma colega de trabalho, teria sentido te julgar por isso?

Ei! Boa sorte ai, tá? Que você cresça como ser humano, como indivíduo. Mesmo do outro lado desta via expressa. Não vai me incomodar, a menos que passe na minha frente. Portanto, fique aí, onde está. Você não tem o direito de me privar da felicidade. Ninguém está te usando e para de se achar o centro do universo. Todo mundo busca um pingo de verdade de si próprio no outro. Cada momento juntos, cada palavra trocada, foi sincera, foi de verdade. Eu gostei. E até lembro de você ao ouvir algumas músicas que tocaram e desbotaram na rádio. Músicas que me remetem sempre ao cara ao lado.
Obs.: eu sou ciumenta, tá? Disso, você não deve saber. Será que você pensa, de vez em quando, em mim? Será que você gostava do meu jeito? Será que você lembra de mim, sem querer, no meio do dia? E fica se perguntando se poderia ter sido diferente? Se lembra quando eu fiquei até tarde te esperando pra irmos juntos embora? Se lembra de eu cantando? Se lembra do cinema? Se lembra da gente indo até a lojinha conveniada do posto, mas eu não quis nada de lá, embora você insistisse? Você se pergunta se eu sou assim tão ingênua? Ah, isso você não se pergunta, isso você tem certeza.

Mas, ei! (É só uma fase).


Só uma fase.