sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Tudo como nós

  1. Somos treinados para sermos submissos. Submissos às ordens, aos adultos, aos mais velhos. Tudo isso nos cria uma baixa estima quando somos crianças que é o suficiente para nos manter civilizados o resto da vida, tendo os nossos medos e dúvidas como limites próprios. Não obstante, ao crescermos e ternos nossa tão sonhada liberdade, longe das coleiras que a imaturidade e inexperiência nos obrigam, somos apunhalados pela sociedade,que têm intrínsecos a si toda a carga ideógica, moral, preconceitos e entraves. Não pedimos, mas somos impostos à lei, ao sistema, às normas em prol da possibilidade de uma convivência harmonioza. Ok. Até aí tudo bem.
  2. Contudo, você quer mesmo vir até mim pra dizer que não está tudo bem contigo?  Você ainda consegue carregar algum peso com a ideia de que há alguma coisa errado em você não se encaixar nos padrões modernos? Você se culpa por não aguentar, em algum momento, a pressão a que foi exposto? Ainda pensa que há alguma chance de ser considerado normal?
  3. Pode apostar que você está bastante enganado. É bem difícil alguém no meio desta correria doida estar realmente normal. Porque o nosso normal não é o normal aqui estabelecido. O normal da atualidade é um normal, talvez, para um super-homem ou workaholic por natureza. Não você. E então, com toda essa carga amontoada e todo o resto que se acumulam dos dias anteriores, falta a você se lamentar porque é incapaz que dar conta dos compromissos ou engolir e sorrir um sorriso torto mesmo, saindo bem na foto - afinal estamos na era da aparência. 
  4. E aí, você realmente se surpreende? Realmente ainda não sabe em quê você errou? Deixa eu te explicar então: você fez tudo direito. Foram eles que te erraram.

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