Hoje eu estou me sentindo insuficiente.
Hoje eu estou num paradigma.
Como se estivesse sobre um penhasco, encarando-o. Sou eu quem o encara ou ele que encara a mim?
Eu afundo nele ou ele se afunda em mim?
É o oceano do solo que reflete em meus olhos ou sou eu que reflito nele?
Não sei o que faço. Não sei o que sinto.
Se pulo pro penhasco, ou o deixo devotar-me. Não seriam ambos a mesma coisa? Pra quê encaro esse penhasco, se sei que não posso confrontá-lo? Se suas muralhas são infinitamente mais sólidas do que meus músculos? Minhas razões e meus motivos?
Continuo a encará-lo. Não sei por que sou, por que estou. Mas fico.
As minhas convicções são maiores que as minhas certezas. Por elas eu luto.
E são elas que me convencem que há um motivo para estar.
Mas sabe.
Talvez eu não quisesse convicção. Apenas queria ser o oceano. Ali, tranquilo, convivendo e abraçando o abismo, que faz dele até obra de arte, num azul profundo e calmo.
Eu sou profunda e alma.
Me deito e olho o azul do céu. Que me abraça.
E me desfaço em certezas.
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