Reconhecedor de erros (meditando sobre um título melhor)
João era um menino sóbrio, muito bem acompanhado, recolhia com destreza as pedrinhas do caminho e sabia quando sentar, ficar de pé ou encabulado. João lutava cada manhã que acordava por um dia mais iluminado, um dia mais puro e saudável: João era exímio no que fazia. E se empenhava.
Empenhava-se mais.
E mais um pouco.
Quem sabe um pouco mais.
João sabia da sua capacidade, do seu trabalho contínuo e da validade de seus atos. Ah, João... sentira orgulho de você. E as notícias, o que há? Nada. E as tragédias, você viu? Vi. Ei, João, não olha, um acidente: João olha. João não tem medo do que acontece porque já aconteceu, mas ele pode evitar quando passa pelas pessoas. João, tu és um anjo? João sorri. João não era um anjo, e ele sabia disso. Não poderia ser - não aprendera a voar.
Ah, João... eu me pergunto a cada dia, a cada manhã, se você realmente, em algum lugar do mundo, eu me pergunto se você pode existir, João. Que não é um anjo, que diz sorrindo e a cada palavra abre caminhos encontrando meios de ser mais feliz. João, você irradia tua felicidade? Se irradiava, ainda irradia?
João, você já se perguntou se é feliz?
Vê se procura, João. Não tá fácil pra muita gente, não tá fácil pra encontrar. Ser feliz pode ser uma escolha ou um dom. Quem sabe possamos ser menos tristes.
Será que isso dá? Você pode, João? Você consegue?
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