Não sei se "estressada" seria a palavra ideal. Pra agora, tenho certeza que sim, seria a palavra que eu não colocaria. Porque acabei de chegar de uma festa, e boa. Tudo muito bom, tudo ótimo. E eu me encontrei com eu mesma no passado.
Quando você enxerga que você está ficando muito repetitiva, a tendência é mudar. Mas e se você não enxerga nada? Você não vê, você não muda. Você não corrige, mas você também não piora. Afinal de contas, se "não se mexe em time que está ganhando", e depois ele começar a ser goleado no último minuto da partida, esse ditado é falho. Então mudar ou não não é questão de ficar melhor ou pior... você fica igual, mas porque e simplesmente porque não parou pra pensar se mudava ou não, se estava ou não ganhando, simplesmente porque não parou pra pensar nisso.
Sabe, se um dia eu tiver uma filha, e se ela pedir minha opinião, direi pra ela fazer uma festa de quinze anos. Uma festa do jeito que ela quiser, com ou sem cerimonial, com ou sem choro, grande ou pequena, lotada ou só pra família (= lotada). Sabe por quê? Porque eu já tenho dezenove anos e não fiz uma festa de quinze. Mas e daí? E daí que aquela era a minha época, e eu não sei se isso acontece com todo mundo, creio que não. Mas se comigo aconteceu, digo que a minha época já passou. Nossa, dezenove anos! Sim, não é mais como antes. O mundo não é tão meu quanto já fora. E é nisso que se baseia uma festa de quinze anos. Em alguns casos, como foi o de hoje, na festa em que estive, a festa de quinze anos pode representar a lembrança, em álbum diagramado e vídeo, daquela época banhada a ouro. Todos nós nascemos banhados a ouro. Toda criança é uma dádiva. Hoje, na pista de dança, a mais nova da festa desfilava com seu vestidinho novo, prestigiando a banda que cantava todas as músicas animadas possíveis, como Titanium, do David Gueta, até Show das Poderosas, da Anita, e apenas ela, mais ninguém. Não culpo os outros, não. Também estive sentada todo esse momento, então também deveria me culpar. No meu caso, a culpa era que eu não conhecia ninguém e também do salto alto. Mas quem sabe ali haveria muto mais gente que não conhecia ninguém (o que, ok, é uma inverdade, pois tratava-se de família) ou mesmo todas estavam incomodadas com seus saltos altos. Mas e os homens, hein? Cadê os homens? Ah sim, eles dependem das mulheres para dançar.
Os adolescentes, junto com a aniversariante, se trancafiaram num quartinho e ficaram ali isolados do resto da festa dançando. O mundinho deles, quase literalmente. Mas eu não entrei lá. Tinham todos uns quinze anos. E eu não conhecia ninguém. E eu estava com a cabeça em outro mundo.
Então. Caramba.... uma festa de quinze anos! Eu, com quinze anos, era outra pessoa. Uma menina, linda, com um potencial incrível, uma beleza inerente, uma leveza intrínseca. Dons de todo jovem.
...Dizem que quando se envelhece a pessoa vira criança de novo. Não sei bem isso, não... Talvez sejam as mulheres que, com as pernas exaustas, retiram seus saltos e vão para a pista de dança.
Será que elas descobrem que este mundão é, na verdade, o seu novo mundinho? Não sei, meu Deus.... Não sei nada.
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