terça-feira, 14 de março de 2017

Medicina, poemas e educação.

Não vou mentir se eu disser que estou gostando do curso de Medicina, mas sinto falta de ler os textos que lia toda semana, querendo ou não, nas aulas de Português, na escola. Alguns, de tanto lê-los, ficaram marcados em minha memória.

Uns, tinham uma métrica bem divertida - como o poema Trem de Ferro, de Manuel Bandeira.
Outros, clássicos que todo mundo conhece - como o Soneto de Fidelidade, de Vinicius de Moraes.
Outros, me seguiam desde a infância - como Meus Oito Anos, Casimiro de Abreu.
Outros, eram tão densos que eu não esqueci desde a primeira vez que ouvi - como Mocidade e Morte, de Castro Alves.

É claro que eu posso voltar a lê-los a hora que eu desejar, mas acho insuficiente. Gostaria de ir mais a fundo, conhecer novos poemas, novos escritores e novas perspectivas para a poesia atual. Analisar a métrica, classificá-los, relacionar com o contexto da época em que foram escritos. Relembrar a vida dos autores, analisar os escritos, os cadernos, e imitá-los. Construir novas poesias.

Mas não excluo a Medicina disso tudo. Muitos autores de livros que marcaram suas épocas tinham a Medicina como graduação, pois, antigamente, os conhecimentos eram mais entrelaçados. Com o avanço da ciência em geral, a hiper especialização acaba gerando pessoas com muito conhecimento em uma pequena parte do todo, isso pode gerar frustração se ela se bitolar nesta casca.

O problema é a falha educacional no Brasil. Não somos educados direito. Somos ensinados a repetir o que ensinam que é o correto sem julgamento. Também ensinam a não pensar, e aprendemos bem rápido isso. A falha, aqui, é subestimar o poder de ação dos alunos. Além do mais, desde pequenos até na faculdade, deveria haver na grade: política, pensamento crítico, auto conhecimento, etc.

Infelizmente, esta não é a realidade e os alunos têm que caminhar sem o devido amparo, com consequências claras para o futuro do Brasil. Um futuro que já é passado e é presente.
...Mas não é presente pra ninguém.


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