Nunca fui muito boa em ter certezas, porém, em minha incerteza, eu me bastava. Lembro quando tudo não passava de um flash, e, minha vida, em câmera lenta... infância, né, gente? Mas tem uma coisa nisso que alguns conseguem guardar dentro de si, outros, por infortúnio talvez, ou por personalidade, ou por terem amadurecido demais, ou por não saberem valorizar o que há de bom, deixam de ter.
Não sei bem explicar o que é essa coisa a qual me refiro, por isso não nomeei. Porém credito que perguntando a um bêbado jovem originalmente introvertido por quê ele bebe ele vai chegar perto da descrição disso. E então, eu o observo e chego a conclusão que talvez seja mais do que isso, não sei bem o motivo.
Conheço um homem culto e informado que luta contra sua natureza e sisma em andar descalço, de bermuda e regata, aparece assim de tempos em tempos e depois volta ao profissionalismo e seriedade de sempre. "Seriedade?", ele me questiona, "seriedade são todas as vezes que eu tiro a roupa que visto e assumo minha identidade pelo que eu sou e não pelo que tenho", ele diz, sorrindo um sorriso bobo. Acredito nele, não pelas palavras, mas pelo jeito que as professa.
Analiso o caso retratado: renunciar ao que ele tem para ser o que é, mas voltar sempre ao que era: curioso. Mas não é bem isso que estou à procura.
Não se trata de algo temporário, planejado, delimitado, mas o contrário de tudo isso, pois a liberdade a qual busco denominar, aqui, é infindável, maior que o inteiro, maior do que o conjunto, ela engloba os seus pensamentos e emoções, se torna você. Se isso fosse passível de denominação, não seria o que é. Não se captura, não se vende, muito menos se compra. Ela está nos corações, no cérebro, na sua vida ou história. Ela está arraigada em um lugar o qual deve-se chegar sem mapa.
Acredito que ícones do talento conseguiram chegar a tal lugar. Pois não adianta ter talento se ele não é descoberto e retroalimentado. Usar o talento para o que não se deve pode ser um desperdício e torna-lo menor do que vale realmente. É preciso percepção, humildade, persistência, confiança, foco, mais persistência e determinação para chegar lá, e mais, chegar bem, descansado e com a sensação de dever comprido, com sabor de flocos. É preciso chegar lá com o intuito de se alcançar, e não de alcançar a reta final. O objetivo está dentro de cada um de nós. A felicidade é de graça mas pode ser mascarada por preocupações inúteis e objetivos imprecisos de vida.
Quando eu era criança, NÃO me preocupava com: trovão, terremoto, maremoto, ventania, fogos, balão gigante, cachorro, assaltante, prova, elevador, escuridão, nota baixa, correria, horário. Não me preocupava se eu ia ganhar ou perder, contanto que estivesse fazendo o que eu gostasse. Contanto que estivesse com amigos por perto. E contanto que eu pudesse confiar em alguém.
Sabe, se uma criança é muito pouco abalável, por que nós, adultos, somos tanto? Porque perdemos a confiança nos outros? Perdeu-se aquela esperança inata que tudo independentemente de fatores externos sempre ia acabar dando certo? Por quê? É o que eu quero saber.
Não somos presos ao previsível, não estamos acorrentados em nenhum bloco de cimento denominado senso comum. as suas prioridades devem refletir as suas vontades e os ensinamentos que você acumulou até agora. Uma vez que você confie em si próprio e deixe a vida te levar, como diria Zé Pagodinho, você vai bem.
Mas, só uma observação aqui pra variar -
Eu nunca escrevo, afinal, o que eu pretendia quando resolvi escrever - (prova é que o título não confere muito com o texto.)
Bom, mas tá aí.
Au revoir!
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