sexta-feira, 18 de maio de 2018

Quem nunca sentiu nostalgia? Aquela saudade de um tempo passado, uma vontade de voltar no tempo.
Sinto saudades, ou nostalgia mesmo. Sinto saudades de quando a turma era toda reunida, e você não tinha que escolher com quem ficar.
Tenho saudades de ter todas as escolhas à minha frente, como um baralho de possibilidades, e escolher qualquer carta era simples questão de afinidade e prazer. Saudades de quando era tudo novo, mágico, e eu não me sentia pressionada a nada. Saudades de quando estudar era simples questão de entender, não de passar para se formar tão cedo quanto possível, como um mecanismo intrínseco, unidirecional. Saudades de estudar sem pressão alguma.
Saudades de me sentir digna, capaz e com propriedade no que digo, pois tudo é tão incerto. Não sei mais se meus sonhos são dignos de nota: eles estão focados demais estudando para saber o mínimo necessário, afinal, as provas exigem tanto.
Sou uma pessoa que foi feita para sair dos moldes, sei disso. Mas estou enquadrada. Fui moldada. E não estou no molde que meu artista imaginou ao me desenhar.
Eu sou o desenho que transborda do quadro, que arranca limites. Eu sou a pintura cuja tinta escorre pelo chão do museu. Os seus visitantes saem de lá com minha tinta em seus sapatos, em suas roupas, diferentes de como entraram.
Não olho para os outros quadros. Eles talvez estejam bem como são, não me importa. Se nasceram para ser inertes, não eu!
Eu sou uma pintura dinâmica.
Só às vezes esqueço,
me enquadro.

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